quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Star Wars 3D, George Lucas sem criatividade


Está surpreso? Sim, é Star Wars 3D.

Sim, mais uma vez o senhor George Lucas está mostrando o vazio que virou sua mente com o término de "A vingança dos sith". Depois de 30 anos sem ter uma boa idéia, o diretor quer fazer dinheiro reciclando seu velho e único material descente. Depois de públicações de HQs, infinitos livros, e diversas animações, tanto para o cinema, quanto para a televisão, o velho mago anuncia que está convertendo todos os 6 filmes da série para a tecnologia 3D. O primeiro filme nesse formato "O episódio I: A ameaça fantasma" será lançado em 2012, seguido cronologicamente pelos restantes lançados um a cada ano. Essa noticia é ruim? Não, de todo, os fãns ficarão desesperados, as salas de cinema do mundo todo ficarão cheias por semanas e se o senhor Lucas fez, até agora 2 bilhões de dollares com os filmes, com o formato 3D dobrará, ou triplicará seus ganhos. 
Não sou muito fã de Star Wars, mas respeito os filmes bastante, até por que, "O retorno de Jedi" foi o filme que assisti na primeira vez que fui ao cinema, desde lá foi amor a primeira vista.
Também não posso dizer que não irei ver aos filmes em 3D, vou, porém com um sentimento de tristeza, pois tudo que será projetado na tela não apresenta nenhuma novidade, são as mesmas cenas, a mesma tecnologia, a mesma história, no fundo todos esses lançamentos sobre a série só servem para esconder que George Lucas não sabe fazer outra coisa, é um homem de uma única grande idéia e só. E, ao invés, de gastar seu tempo e esforço em um novo projeto, o homem que um dia foi chamado de gênio, prefere se empenhar em fazer sempre a mesma coisa com pequenas variações. Para as pessoas que trabalham com cinema, para nós espectadores e para o próprio cinema, esse andar em círculos dos realizadores, preferindo repetir fórmulas prontas no lugar de criar novos projetos, não é nada bom e um pouco desanimador.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Criar personagens


Por que desenvolver personagens?

Me afastei um pouco da teoria literária, porém, o artigo de hoje inicia uma série sobre desenvolvimento e criação de personagens. Levei alguns anos para entender a importância das personagens para o enredo. No começo eu estava interessado em desenvolver cidades, com seus detalhes e peculiaridades, de forma mais aprofundada que as cidades criadas por Italo Calvino em "As cidades invisíveis", sem perceber, estava fazendo da cidade uma personagem. O que depois constatei dessa forma de criar foi a limitação do método, pois a cidade como personagem principal faz das personagens/habitantes meros "reflexos" da personalidade dominante do meio/cidade. Foi desse modo que entendi a importância de criar as personagens/habitantes antes do meio onde elas se desenvolverão, permitindo assim uma pluralidade de personalidades para o enredo.
Inverter o método necessitou de um trabalho muito mais minucioso, e confesso primeiramente não dominar ainda de todo essa forma de criação, pois as personagens que criei a partir desse ponto não tinham profundidade tridimensional que desejava, conseguindo unicamente um efeito bidimensional e superficial que não me agradou. Personagens não precisam ter uma realidade exacerbada, como por exemplo "Fritz: the cat" criado pelo desenhista Robert Crumb, Fritz é um gato, sim, completamente hiperbólico em seu comportamento desregrado, é caricato, podemos dizer que sob todos esses aspectos se trata de algo inverossímil na vida real, todavia, para as situações nas quais está envolvido suas escolhas o tornam verossímil e se sua personalidade for dividida em camadas, suas escolhas, mesmo reprováveis e politicamente incorretas para alguns, são completamente humanas, e as quais todos estamos sujeitos. A grande profundidade da personagem, que a torna unica, é o fato de, enquanto nós estamos sujeitos a fazer uma dessas escolhas por vez, Fritz faz todas as escolhas ao mesmo tempo.
E como forma a desenvolver essa criação de personagens tridimensionais passei a estudar obras que obtiveram êxito nesse desenvolvimento para servir de base ao método de criação de personagens tridimensionais.
 A abordagem dessas obras será feita nos próximos artigos.

domingo, 26 de setembro de 2010

Livro Chantilly de Mare Soares



       Hoje, contrariando a premissa do blog, teremos uma nota que esperamos não ser esquecida por muito tempo.

       Chantilly é o nome do livro escrito pela jovem carioca Mare Soares, previsto para ser lançado no mês de outubro, confesso aguardar ansioso pelo acontecimento. Da nova geração de escritores brasileiros, Mare, vem com um enredo peculiar, e tratando-se de metáforas, bastante interessante, passado em um tempo em que as pessoas começam a perder a memória e uma mulher ao perceber essa epidemia começa a escrever suas lembranças à procura de ajuda. Após dez anos essas memórias servirão de base para investigações de um cientista intrigado pelo caso.
        Esse será o primeiro livro de uma trilogia sendo o título dos próximos, Copenhague Champagne. Os títulos que lembram comida, são usados pela escritora por nomearem importantes cidade européias. No site do livro está disponível o primeiro capítulo, o suficiente para despertar a curiosidade e diminuir a dor da espera enquanto o livro não sai, até lá aguardamos e torcemos por seu sucesso, que se for proporcional às nossas expectativas, será imensurável.

Para ir ao site do livro e reservar se exemplar: http://www.livrochantilly.com.br
Para ler a entrevista concedida pela escritora ao blog Nanie's World: http://naniedias.blogspot.com/2010/08/entrevista-mare-soares.html

sábado, 25 de setembro de 2010

Geraldo vandré não foi torturado


Nesse sábado, dia 25 de setembro de 2010, foi exibido no canal Globo News, no programa Dossiê Globo News, um programa com uma entrevista, primeira após anos de silêncio, do cantor e compositor Geraldo Vandré. Quanto ao programa foi muito bem realizado com boas perguntas e boa produção. Quanto a Geraldo, antes do início da entrevista temos uma idéia, um ídolo, uma projeção que se formou através dos anos inspirado por suas músicas proféticas e reveladoras, imaginamos o sofrimento pelo qual passou ao levantar a voz em um tempo que era mais ajuizado calar. Com essa imagem entramos na entrevista, porém não é com ela que saímos, a cada minutos dela vemos um mito sendo destruído pelas suas próprias palavras. Geraldo Vandré diz que, não sofreu torturas durante o período da ditadura, não é antimilitarista e nunca foi em toda a sua vida, assim como suas letras e para encerrar canta uma música que compôs para a FAB, isso mesmo, o “grande perseguido” pelos militares compôs uma música para as Forças Aéreas Brasileiras. A entrevista foi concedida em um hotel onde o compositor vive, às custas da própria aeronáutica. Questionado sobre seu exílio responde que parou de cantar por sua própria vontade ao se ver em meio a uma sociedade que não lhe proporcionava mais motivos para seu cantar. Até mesmo a música “Pra não dizer que não falei das flores/ Caminhando e cantando” ele disse que não era antimilitarista. E após suas declarações, volta a se calar dizendo que tem um projeto para lançar um CD para uma gravadora de língua espanhola e que não pode prever se voltará a fazer shows no Brasil. Assim termina a tão aguardada entrevista, e em um mar de retóricas, nos perguntamos sobre a lucidez do compositor, sobre se o que diz realmente é verdade ou estaria escondendo tudo o que realmente aconteceu. Independente de farsa ou verdade, a única certeza é que quando os créditos sobem e desligamos a televisão nós estamos um pouco mais tristes.

“Há uma coisa inevitável na queda dos deuses; não caem um pouco de cada vez, mas desmoronam abruptamente e se espatifam, mergulhando num instante no lodaçal. É um trabalho árduo e tedioso tornar a erguê-los, mas a verdade é que nunca mais brilham como antes.”
John Steinbeck

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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A bittersweet life

Estava assistindo o filme koreano "A bittersweet life", não posso dizer que gostei muito, tem seus méritos, sim, porém o roteiro deixou a desejar. O que me chamou a atenção foi uma lenda contada no filme a qual achei muito interessante:

Uma noite o aprendiz que dormia agitado acordou chorando.
O mestre perguntou se ele tinha tido um sonho ruim.
O aprendiz respondeu que não.
O mestre, então perguntou se ele tinha tido um pesadelo.
O aprendiz, calmamente, enxugando as lágrimas do rosto respondeu que não.
Ora, por que você acordou chorando, perguntou o mestre confuso.
Por que eu tive um sonho doce, respondeu o aprendiz. Que nunca se tornará realidade.


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A crise


A crise financeira global passou, e dos seus escombros o mundo tem conseguido se reconstruir, porém agora uma nova crise está rondando, alguns dizem ser uma crise menor e sem importância, para outros se torna um pesadelo crescente. A crise da qual me refiro é a crise do cinema, tanto do cinema mainstream americano, sendo Hollywood seu maior expoente, quanto no resto do mundo. Não é a primeira vez que isso acontece, a mais recente foi a crise dos anos 80 e inicio dos anos 90, que possibilitaram um reinado temporário dos filmes de ação sem profundidade e escritos por alunos do curso primário, foi a era dos "Rambos", dos "Van Dammes", dos "Steven Seagals". Tempo das sequências arrastadas e arrasadas do "Poderoso Chefão 3(1990)", "Alien(1987)", "Exterminador do futuro(1984)". A década das grandes decepções das prêmiações do Oscar como "Dança com Lobos(1991)", "Conduzindo Miss Daisy(1990)", "Entre dois amores(1986)", "Carruagem de Fogo(1982)". A lista é imensa, tem "Coocon", "De volta para o futuro", "Indiana Jones". Só não podemos dizer que foi uma época perdida, por ter alguns que continuaram com seu excelente trabalho, nomes como Woody Allen, Bergman, Kurosawa, irmãos Cohen.
Felizmente em 1994 "Pulp fiction" chegou para abrir os olhos de todos, questionando para onde o cinema estava indo e então as coisas começaram a melhorar. As trevas das repetições, da falta de criatividade e talento ficavam para trás. Infelizmente, essas trevas não podiam ser acorrentadas como a um titã e nesse final de década parece ter nos encontrado, como se estivesse a espera em uma esquina próxima esperando que a encontrássemos. Até mesmo Sofia Coppola, em uma entrevista no festival de Veneza, admitiu que estamos passando por uma época difícil para os diretores independentes. E no ano que promete "Tron: Legacy" ser o melhor do ano não nos permite discordar da diretora. Sofremos uma avalanche de refilmagens, e do estilo "Jerry Bruckheimer", um padrão estético no qual a bilheteria é o único fator levado em consideração. Também temos os pseudocults como "A origem" e "A ilha do medo". Os filmes de vampiros, os filmes de HQs. Passamos pelo esquecimento da comédia como gênero transformando-na em meros sub-gêneros de qualidade duvidosa, ramificando-na em "comédias-românticas", "comédias-pastelão", "comédias de humor-negro", sem falar no terror que também perde suas características para o "gore". Para onde estamos indo? Será que há saída? Numa crise resta-nos torcer por um final feliz, o problema é saber quanto tempo teremos de esperar e dessa vez não temos Woody Allen, Bergman, Kurosawa para nos salvar durante esse devir.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Faulkner

A seguir um dos trechos que mais gosto do livro "O som e a fúria" de William Faulkner:

"Era o relógio de meu avô, e quando o ganhei de meu pai ele disse Estou lhe dando o mausoléu de toda esperança e todo desejo; é extremamente provável que você o use para lograr o reducto absurdum de toda experiência humana, que será tão pouco adaptado às suas necessidades individuais quanto foi às dele e às do pai dele. Dou-lhe este relógio não para que você se lembre do tempo, mas para que você possa esquecê-lo por um momento de vez em quando e não gaste todo o seu fôlego tentando conquistá-lo. Porque jamais se ganha batalha alguma, ele disse. Nenhuma batalha sequer é lutada."


Outra frase célebre de faulkner: http://notasparaoesquecimento.blogspot.com/2011/03/falkner-2.html


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O melhor escritor

O melhor escritor é sempre o que não escreve, é o mais lúcido por saber que todas as palavras já foram ditas, todas as idéias já discutidas. O grande escritor se cala, pois o silêncio incomoda como vespas na garganta. O silêncio de quem tem o que dizer e não diz, preferindo deixar o resto do mundo com sua ignorância. Escrever é ruidoso, as palavras gritam esquizofrênicas, e os únicos silêncios permitidos são, os pequenos silêncios das vírgulas, os médios silêncios dos pontos, os abismos dos parágrafos, de tanto gritar com tão poucos excessos, os escritores preferem se calar, cansados, rendidos. Como disse Orides Fontela: "A lucidez alucina.", e a unica saída é a saída, o uróboro de onde nunca saímos, pois escrever é um vício do qual não há saída, e mesmo o não escrever é uma forma de escrever.