sábado, 25 de setembro de 2010

Geraldo vandré não foi torturado


Nesse sábado, dia 25 de setembro de 2010, foi exibido no canal Globo News, no programa Dossiê Globo News, um programa com uma entrevista, primeira após anos de silêncio, do cantor e compositor Geraldo Vandré. Quanto ao programa foi muito bem realizado com boas perguntas e boa produção. Quanto a Geraldo, antes do início da entrevista temos uma idéia, um ídolo, uma projeção que se formou através dos anos inspirado por suas músicas proféticas e reveladoras, imaginamos o sofrimento pelo qual passou ao levantar a voz em um tempo que era mais ajuizado calar. Com essa imagem entramos na entrevista, porém não é com ela que saímos, a cada minutos dela vemos um mito sendo destruído pelas suas próprias palavras. Geraldo Vandré diz que, não sofreu torturas durante o período da ditadura, não é antimilitarista e nunca foi em toda a sua vida, assim como suas letras e para encerrar canta uma música que compôs para a FAB, isso mesmo, o “grande perseguido” pelos militares compôs uma música para as Forças Aéreas Brasileiras. A entrevista foi concedida em um hotel onde o compositor vive, às custas da própria aeronáutica. Questionado sobre seu exílio responde que parou de cantar por sua própria vontade ao se ver em meio a uma sociedade que não lhe proporcionava mais motivos para seu cantar. Até mesmo a música “Pra não dizer que não falei das flores/ Caminhando e cantando” ele disse que não era antimilitarista. E após suas declarações, volta a se calar dizendo que tem um projeto para lançar um CD para uma gravadora de língua espanhola e que não pode prever se voltará a fazer shows no Brasil. Assim termina a tão aguardada entrevista, e em um mar de retóricas, nos perguntamos sobre a lucidez do compositor, sobre se o que diz realmente é verdade ou estaria escondendo tudo o que realmente aconteceu. Independente de farsa ou verdade, a única certeza é que quando os créditos sobem e desligamos a televisão nós estamos um pouco mais tristes.

“Há uma coisa inevitável na queda dos deuses; não caem um pouco de cada vez, mas desmoronam abruptamente e se espatifam, mergulhando num instante no lodaçal. É um trabalho árduo e tedioso tornar a erguê-los, mas a verdade é que nunca mais brilham como antes.”
John Steinbeck

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