domingo, 10 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2 - Um novo soco no estômago


Há 3 anos tinha postado em um outro blog uma critica sobre o primeiro filme da Tropa de Elite, que intitulei "TROPA DE ELITE: UM SOCO NO ESTÔMAGO". Hoje, ao assistir Tropa de Elite 2, senti um novo soco, mas dessa vez o soco fez sangrar.
Nada resta de pé após o filme, é um desmoronamento de instituições à queimaroupa, que é sintetizado na imagem da bandeira do Brasil que não tremula com o vento antes de subir os créditos. Entrar no filme é entrar no meio do caos,no meio do sistema, nesse filme os vilões são muitos, porém o foco não está nos traficantes, mas  nos bandidos de terno e gravata. A ação e o humor, muitas vezes exarcebado no primeiro, nesse é substituído por um discurso de um capitão Nascimento, mais velho, mais de direita, que não sobe mais os morros das favelas, mas que continua não levando desaforo para casa e por um roteiro mais complexo de "por o dedo na ferida", de "ver o circo pegar fogo".
A fotografia do filme decaiu em relação ao primeiro, alguns atores secundários não obtiveram boas performaces, felizmente todos os problemas são minimizados pela ótima atuação de Wagner Moura.
O filme seria melhor sem o voice-over, mas pode-se relavar o fato.
Resumindo, um filme muito bom, e por mais que se tente desviar, em algum momento um soco te acertará e isso doerá muito, perdurará por algum tempo e deixará alguns hematomas, talvez, permanentes.

sábado, 9 de outubro de 2010

Cortázar e o tempo


Série de artigos: Cortázar e o tempo
Parte I


Estou lendo o livro "Conversas com cortazar" e em um momento o escritor apresenta uma idéia que achei muito interessante, questionado sobre o recorrente tema do tempo em sua obra, ele cita um fato que ocorreu recentemente. Estava Cortázar viajando de metrô, quando começou a se lembrar de uma viagem que havia feito muitos anos atrás com um grande amigo, recordou a viagem, as conversas que teve com o amigo, as sensações de viver no meio da floresta, pensou inúmeras coisas, até ser despertado ao mundo real e perceber que todas essas lembranças, que se pensados normalmente levariam meia hora para uma abordagem completa, tinha ocorrido entre a viagem de duas estações, não mais que dois minutos. Ele se pergunta como será possível pensar tantas coisas em um tempo tão curto? E formula outra questão, seria possível controlar esse tempo alterado concientemente? Já que sempre que essa alteração ocorre estamos distraídos/inconscientes.
Controlar esse efeito de tempo é o sonho de qualquer escritor, já que minutos poderiam ser muitiplicado para horas e o problema do tempo que muitas vezes é curto para pensarmos nossos escritos estaria resolvido. Poderiamos pensar em um capítulo inteiro de um livro, o que pode levar dias, em poucos minutos. Como um dia de 48 horas. Não tenho muitas informações psicológicas sobre o assunto, também penso que isso possa ter alguma relação com a meditação. Quem tiver mais informações sobre o assunto, sinta-se a vontade em comentar. Por hoje é só, é, apenas, um post para refletir.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

John Lennon 70 anos



Hoje é um dia para recordar, se vivo, John Lennon faria aniversário de 70 anos. Viveu pouco e brilhou muito. Sua vida brutalmente tirada aos 40 anos o tornou uma lenda, suas canções o tornaram imortal. Teve uma juventude conturbada, que o fazia preferir viver em um mundo de céus de diamante, morças, e outras alterações da realidade. Formou a maior banda de todos os tempos, e também, como era o seu direito, a encerrou. Depois cantou a paz, pediu a paz, mas a paz não veio, talvez nunca virá, o que sobrou foram algumas esperaças rimadas, cujas ideologias, como qualquer outra, sofrem com as erosões do tempo, de forma que um dia restará somente a música e as letras, como obras de arte independente da política, uma obra maior, o, simples, apelo de um menino gritando para ser notado e se desculpando por ser diferente, um menino que só queria que sua mãe não fosse embora e que seu pai voltasse para casa.

MOTHER - John Lennon


"Mother, you had me but I never had you, 
I wanted you but you didn't want me, 
So I got to tell you, 
Goodbye, goodbye. 
Farther, you left me but I never left you, 
I needed you but you didn't need me, 
So I got to tell you, 
Goodbye, goodbye. 
Children, don't do what I have done, 
I couldn't walk and I tried to run, 
So I got to tell you, 
Goodbye, goodbye. 
Mama don't go, 
Daddy come home. 
Mama don't go, 
Daddy come home. 
Mama don't go, 
Daddy come home. 
Mama don't go, 
Daddy come home. 
Mama don't go, 
Daddy come home. 
Mama don't go, 
Daddy come home. 
Mama don't go, 
Daddy come home... "

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

sábado, 2 de outubro de 2010

Godard irá para Los Angeles receber o Oscar?



No ano de 2011, a Acadêmia premiará, com o Oscar honorário pelo conjunto da obra, ninguém menos que o cineasta Jean-Luc Godard. Após anos fazendo um cinema totalmente independente, com citações repletas de críticas ao cinema comercial produzido no EUA, e sem nunca ter trabalhado para as empresas de Hollywood, o cineasta que participou da fundação da Nouvelle Vague, terá seu trabalho, finalmente, reconhecido pelo prêmio que mesmo não sendo o de maior importância, com certeza é o mais comentado no mundo inteiro.
A grande polêmica que esse anúncio causou foi o fato de o diretor não responder as cartas, telefonemas e e-mails da academia querendo saber se ele vai ou não para a cerimônia de entrega. Será que o grande crítico do cinema comercial se renderá aos encantos do evento? Ou fará como Marlon Brando e simplesmente renunciará ao prêmio e à premiação? Será que pode-se julgar a importância de uma carreira por receber ou não o Oscar? O próprio Stanley Kubrick nunca ganhou o Oscar.
Ninguém conseguiu fazer Godard comentar o assunto, porém sua parceira, Anne-Marie Mieville, disse a um jornal australiano: 

"Jean-Luc não irá para a américa, está ficando velho para esse tipo de coisa. Iria ele percorrer toda essa distância só para receber um pedaço de metal?"

Godard atualmente vive na Suiça, e de lá não saiu nem para ir ao lançamento de seu último filme "Socialismo" em Cannes que é muito mais próximo que os Estados Unidos.
O que também não o animou a empreitar a viagem, e isso eu também achei um desrespeito com a importância do diretor, é que a entrega não será durante a cerimônia oficial transmitida ao vivo para todo o mundo, mas em um evento separado realizado em Novembro que não é televisionado e é brevemente mencionado durante a cerimônia principal.

"Ele me disse, 'Não é o Oscar,'", disse Anne-Marie Meiville a respeito de quando Godard soube da premiação. "No começo ele pensava que seria parte da cerimônia principal, depois descobriu que é um evento separado em Novembro."

Por esse lado concordo com o diretor em não aparecer, há alguns anos a academia presenteou com o Oscar honorário, Blake Edwards, durante a cerimônia principal. Que importância Blake Edwards tem comparado com o gênio de godard, quando fazer comédias de terceira e não ter talento eram os únicos méritos do diretor americano.

Mieville sugeriu que provavelmente, Godard enviará um representante. Talvez pelo desrespeito, o diretor francês deveria recusar o prêmio também e quem sabe os chefões da academia percebam que está na hora de subir o nível da premiação.